Teseu e Ariadne
“Oh, Ariadne, tu
mesma és o labirinto,
de ti jamais se consegue sair”.
Nietzsche
Sob uma sombra em Cnossos
Curva-se um corpo, cai ao solo
Súbita, a treva e o barulho dos
ossos
Mas Ariadne enrosca um novelo.
Trava, trama do tempo, tomba
Sobre a poeira do chão a sombra
Que um fio
acende e conduz
Vivo herói ao encontro da luz.
Livre Teseu na ilha de Creta
Olhar como o mar, infinito;
Que finda no ar e do azul inventa
O outro fio que atrela o muito
Se amar ao amor faminto:
Infinitamente atado ao labirinto.